terça-feira, 7 de junho de 2011

Uma conversa com meus medos (03/06/11) - Uma conversa com meu inconsciente.

Hoje me olhei no espelho e vi através dos meus olhos o inferno queimando dentro de mim - um cenário caótico e assustador!

Arregalei os olhos e paralisei. Eu vi os demônios brincando dentro de mim, eles gargalhavam enquanto jogavam minhas culpas, medos e erros na minha cara...

Eles me sugaram para dentro do inferno, para dentro de mim. Música sinistra eu ouvia, era uma tenebrosa melodia sobre meu lado mais sombrio! SOCORRO! eles estão me puxando pelas pernas e me arrastando pelo cemitério de lembranças! reminiscências infernais!

Alguém me ajude! Tá muito escuro aqui! escuto as vozes da minha angústia e meu medo sussurra no meu ouvido!

Socorro! me tirem daqui! Parem de rir! Não me faça recordar isso! Me deixe em paz! Deixe-me ir... por favor...

De repente ouvi uma voz e aquela imagem torturante apareceu na minha frente! Que desespero meu Deus! Por que? eu não quero ver isso, não quero lembrar disso! saia da minha frente, se afaste de mim... Por que você me machuca tanto? Por que? O que você quer comigo? Eu já te dei minhas lágrimas, todas elas... lhe dei minha dor, já te dei todo o sofrimento que eu podia dar!

Me deixe ir... mandem eles pararem de rir... PAREM! PAREM! eu não aguento reviver todas essas dores todo dia... eu só quero seguir em frente! saiam da minha cabeça... em nome daquilo que vos é sagrado não me torturem mais!

E essa lava infernal que sai de mim através dos olhos... não me ajuda a colocar o inferno alheio a mim... ele não me deixa nunca! e as figuras sombrias daquelas paragens estão o tempo todo me assombrando e me aprisionando... Por mais que eu grite nunca ninguém escuta!

Alguém se importa com a morte?

Nessa noite fria dos últimos dias de maio, enquanto espero a hora de voltar a minha casa percebo a estrutura a minha volta e começo uma reflexão espontânea...

Vejo nessa noite os ferros que seguram luzes sobre mim, paredes vivas que me acolhem, símbolos que saem da minha mente, vento que flui pelo meu corpo... e eu aqui com os olhos fixos no papel!

Pernas trêmulas de desconforto e o ar gélido da noite me faz descrever coisas das quais parecem não ter sentido lógico - Mas o que é lógico? apenas registro cada pensamento e impressão... pois estes fluem rápido de mais...

Tudo vai passando por mim, pessoas, lembranças, mentiras, imagens, como se tudo estivesse em câmera lenta! Tudo pronto para o fim!

Ouço vozes que me chamam o tempo todo, escuto meu nome - Voz inquietante! Pra que tanto desespero quando me chama? a morte reside dentro de mim, eu sei, ela reside dentro de você também! Sou uma morta em potencial, todos somos!

Existem tantos tipos de morte. A morte física é a que liberta, mas as demais nos aprisionam e nós nem sempre percebemos! Quantos zumbis a minha volta... quantos corpos ainda em vida se decompõem em ignorância...

Outros vão morrendo aos poucos com a dor, com a angústia. Outros matam sua própria mente com futilidades, posteriormente matam até sua alma! Suicídio em massa é o que vejo...

Todos se matam de alguma forma, inclusive eu! Alguns morrem por amor outros por ódio, uns de arrogância outros pela ignorância, uns morrem pela coragem outros pelo medo! Uns de saudade outros de culpa! Outros matam o corpo o físico por não aguentarem morrer aos poucos! É uma tentativa de fugir da dor!

A vida é tão valorizada, mas é ela quem nos leva a morte e uma faz parte da outra, uma depende da outra - Qual é a importância que se dá para a morte? Para todos os tipos de morte? Há alguém que se importe com essas mortes das quais eu falo?